segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

QUADRILHA DÁ GOLPE MILIONÁRIO NA CEF

TV GLOBO, FANTÁSTICO, Edição do dia 26/01/2014

Falsa Mega-Sena: quadrilha dá golpe de mais de R$ 70 milhões na CEF. Um dos suspeitos é Ernesto Vieira de Carvalho Neto, suplente de deputado federal, que disputou a eleição de 2010 pelo PMDB do Maranhão.





Um homem diz que ganhou na Mega-Sena, vai até a Caixa receber o prêmio, e mais de R$ 70 milhões entram na conta dele. Parece aquelas histórias de filme policial, mas aconteceu mesmo.

Só que o sujeito estava mentindo, não tinha ganhado em loteria nenhuma. A reportagem de Rodrigo Vaz e Vladimir Netto mostra todos os detalhes desse golpe.

Uma fraude milionária. “É um esquema muito bem montado, grande. O que chamada mais a atenção é a ousadia dessa quadrilha”, descreve o delegado da PF.

R$ 73 milhões, para o pagamento de um falso prêmio da Mega-Sena. “É o maior golpe já consumado contra a Caixa Econômica Federal”, diz Aldirla Albuquerque, procuradora da República.

Pessoas ficam ricas de um dia pra noite sem fazer nenhuma aposta na mais famosa loteria brasileira.

Um dos suspeitos é Ernesto Vieira de Carvalho Neto, suplente de deputado federal, que disputou a eleição de 2010 pelo PMDB do Maranhão.

Ernesto está preso há oito dias. A partir de informações obtidas com exclusividade, o Fantástico mostra, passo a passo, como aconteceu a fraude.

Agência da Caixa em Tocantinópolis, cidade de 23 mil habitantes, no norte de Tocantins, em 5 de dezembro passado. Mesmo de férias, o gerente-geral do banco - Robson Pereira do Nascimento - apareceu para trabalhar.

O gerente-geral disse que um homem apresentou um bilhete premiado da Mega-Sena e ele fez o pagamento. Um homem, segundo o gerente, se identificou como Márcio Xavier Gomes de Souza.

Os investigadores dizem que era um nome falso, que - na verdade - ele se chama Márcio Xavier de Lima e recebeu R$ 35 mil do esquema. Ele está sendo procurado pela polícia.

Para abrir a conta bancária e receber o falso prêmio, foi usado um comprovante de residência verdadeiro. E é aí que entra na história o suplente de deputado Ernesto Vieira.

De acordo com as investigações, para conseguir o documento, o político enganou uma mulher e ela entregou a ele uma conta de luz.

“Sou ex-funcionária dele e, na época, ele chegou, pediu a conta. Segundo ele, queria só ver o CEP. Não desconfiei de nada”, diz Ivonete Amorim - ex-funcionária de Ernesto Vieira.

Mesmo com o comprovante de residência em outro nome, o gerente-geral abriu a conta para Márcio Xavier. E fez mais.

“O gerente tem uma senha que é possível transferir um montante de dinheiro”, diz Omar Peplow delegado da Polícia Federal

Segundo as investigações, o gerente Robson Pereira do Nascimento transferiu R$ 73 milhões para a conta da quadrilha. Ele disse que mais tarde apresentaria o bilhete premiado e isso, de acordo com a Polícia Federal, nunca aconteceu.

“Cabe à Caixa Econômica melhorar o seu sistema de proteção. Ter uma contra senha, o superintendente regional, talvez. Evitando assim que um gerente possa ser cooptado por uma quadrilha”, afirma o delegado da PF.

O golpe foi descoberto seis dias depois da transferência dos R$ 73 milhões.

A Polícia Federal procurou as imagens do circuito interno de segurança do banco. Mas, nem as câmeras de dentro, nem as câmeras de fora da agência estavam funcionando naquele dia.

Robson Pereira do Nascimento, que estava no cargo havia oito meses, foi demitido. E, agora, está preso.

“O senhor Robson seguiu todo o procedimento, enviou um bilhete à superintendência da Caixa. O pagamento só foi feito porque a superintendência validou o documento. O senhor Robson não tem autonomia de fazer um pagamento de um prêmio de R$ 73 milhões”, diz Milton Carneiro Jr. - advogado Robson Pereira do Nascimento.

“Não existiu esse prêmio. Não existiu esse bilhete. Não existiu autorização da Caixa para pagar esse dinheiro”, afirma o delegado da PF.

A Caixa disse que o gerente-geral tinha, sim, autonomia para liberar o dinheiro e explicou o procedimento correto para o pagamento de um prêmio:

O funcionário deve acessar o sistema do banco e informar o código de segurança que existe no bilhete premiado - o que não foi feito em Tocantinópolis.

“Existe a informação de que foram tentadas quatro vezes esse tipo de golpe na Caixa Econômica e esse deu certo”, diz o delegado da PF.

“Os processos de loterias estão íntegros, continuam íntegros, como sempre estiveram dentro da gestão da Caixa. Fiquem tranquilos que as loterias federais estão totalmente seguras”, diz Gilson Braga, superintendente nacional de loterias da Caixa.

A maior parte da fortuna que veio parar em uma agência foi pulverizada, passando de conta em conta. Cerca de 200 já foram identificadas em vários estados do Brasil.

Um exemplo: segundo a Polícia Federal, R$ 42 milhões foram pra empresa Phama Transportes.

O endereço onde ficaria a sede, em Lauro de Freitas, região metropolitana de Salvador, Bahia, é falso. Antônio Rodrigues Filho é um suposto procurador dessa firma. Na conta pessoal dele, apareceram mais de R$ 12 milhões. No papel, consta que ele trabalha em São Bernardo do Campo, Grande São Paulo. Mas o endereço não existe. Antônio está foragido.

Já o suplente de deputado federal foi preso um mês e meio depois do desvio de dinheiro, em Estreito, Maranhão, a cerca de 30 quilômetros de Tocantinópolis. Ele é cliente da agência onde aconteceu a fraude e, de acordo com a Polícia Federal, é suspeito de comprar um avião com o dinheiro do golpe.

Uma empresa de Ernesto Vieira ainda recebeu R$ 13 milhões. Segundo o advogado, essa quantia se refere à venda de um terreno comprado por Márcio Xavier - o homem que recebeu o prêmio da falsa Mega-Sena.

“O seu Ernesto foi vítima desse caso. Induziu ele a crer que estaria fazendo um negócio sério”, diz Everson Cavalcanti - advogado de Ernesto Vieira.

O advogado confirma que o suplente de deputado pegou o comprovante de residência da ex-funcionária. Mas diz que foi um pedido do comprador do terreno, pra fechar o negócio.

“Esse comprador queria preservar a imagem e esse comprador pediu uma conta. Ele disse: "eu posso fazer isso, uma ex-funcionária minha tem um endereço lá, eu te forneço", afirma Everson Cavalcanti, advogado de Ernesto Vieira.

Em um vídeo, o filho de Ernesto Vieira parece que está rico.

“Nós estamos soltos aí na atividade. Milionário. Gastando dinheiro aí e jogando dinheiro fora”, diz no vídeo.

O advogado alega que o jovem não se referia ao prêmio da falsa Mega-Sena. “Ele sabe que o pai fez a venda de uma área e que era de um valor milionário”, diz o advogado de Ernesto Vieira.

Segundo a Caixa, cerca de R$ 64 milhões já foram recuperados. Mas ainda faltam R$ 9 milhões.

“As investigações vão continuar. No decorrer delas, podem ter sim, outras pessoas envolvidas. Temos certeza de que essa fraude não será mais um número na aritmética da impunidade. Nós vamos buscar punir todos”, afirma Aldirla Pereira de Albuquerque - procuradora da República.

segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

VENDA ILEGAL DE SEPULTURAS

REDE GLOBO FANTÁSTICO, 19/01/2014 22h05

MP denuncia 24 por venda ilegal de sepulturas após flagra do Fantástico. Reportagem de Eduardo Faustini, exibida em julho de 2013, mostrou venda ilegal de sepulturas em cemitérios do Rio administrados pela Santa Casa.




Você viu no Fantástico a venda ilegal de sepulturas em cemitérios públicos do Rio administrados pela Santa Casa de Misericórdia. A reportagem de Eduardo Faustini foi exibida em julho de 2013.

Esta semana, o Ministério Público denunciou um fiscal da prefeitura do Rio, 22 funcionários da Santa Casa e o ex-provedor da instituição, Dahas Zarur, por formação de quadrilha, apropriação indébita e estelionato. A Justiça do Rio ainda vai analisar o pedido de prisão.

Dias depois da denúncia do Fantástico, Zarur foi afastado do cargo de provedor. Segundo o Ministério Público, o grupo vinha agindo há pelo menos nove anos.

Os túmulos eram construídos sem aprovação da prefeitura e vendidos por preços muito acima da tabela, com notas frias ou então sem nota nenhuma.

A reportagem também mostrou transação suspeita em imóveis pertencentes à Santa Casa. Segundo o Ministério Público, Zarur vendeu vários imóveis da instituição e ficou com o dinheiro.

O advogado dele ainda não se manifestou sobre a acusação.

sábado, 18 de janeiro de 2014

QUADRILHA ROUBOU 73 MILHÕES DA MEGA SENA.


ZERO HORA ONLINE 18/01/2014 | 13h46

Polícia Federal desarticula quadrilha que roubou R$73 mi da Mega Sena. Caixa Econômica Federal relatou à Polícia Federal que se trata da maior fraude já sofrida em toda sua história




Operação da Polícia Federal deflagrada neste sábado em três Estados desarticulou uma quadrilha que teria desviado R$ 73 milhões da Mega Sena, jogo de loteria da Caixa Econômica Federal (CEF). O banco relatou à PF que se trata da maior fraude já sofrida em toda sua história.

O dinheiro do "falso prêmio" foi depositado numa conta bancária aberta no final do ano passado em Tocantinópolis (TO) no nome de uma pessoa fictícia. Em seguida, o dinheiro foi transferido para diversas contas. Um dos envolvidos, segundo apurou a reportagem, é um suplente de deputado federal do PMDB do Maranhão.

Segundo os investigadores, ele teria comprado um avião com o dinheiro desviado da CEF e teria a intenção de usá-lo numa fuga. Até o final da manhã, a PF não havia localizado o suplente para cumprir o mandado de prisão expedido contra ele e outras quatro pessoas. Nenhuma delas foi presa até então. A PF não informou os nomes de nenhum dos envolvidos.

Conforme relatos, houve perseguição em alguns locais com pistas falsas sobre o paradeiro dos envolvidos. A Justiça também autorizou o cumprimento de dez mandados de busca e apreensão e um mandado de condução coercitiva (quando a pessoa é levada a prestar depoimento e liberada em seguida) nos Estados do Goiás, Maranhão e São Paulo.

Já foram recuperados 70% do dinheiro desviado, informou a PF. O gerente da agência onde a conta foi aberta esta preso antes da operação batizada de Eskhara ser deflagrada. A PF não informou se ele colaborou com a investigação. Os envolvidos responderão pelos crimes de peculato, receptação majorada, formação de quadrilha e lavagem de dinheiro, cujas penas somadas podem chegar a 29 anos de prisão.

A PF informou que as investigações prosseguem porque há a possibilidade de existirem outros fraudadores. A PF que trabalhou em parceria com o Ministério Público do Tocantins não tinha a intenção de deflagrar a operação já neste sábado, mas antecipou pra evitar vazamento de informação.

A CEF divulgou nota na qual informa que foi o banco quem comunicou à PF sobre a fraude. "Em relação à operação Eskhara da Polícia Federal (PF), a Caixa Econômica Federal informa que acionou a Polícia logo que constatou a fraude. O banco continua acompanhando o caso e está à disposição da PF para colaborar com as investigações."

A operação da PF ocorre no momento em que a CEF tenta abafar uma crise após a revelação pela revista Istoê de que se apropriou de R$ 719 milhões de saldos de contas bancárias de clientes que foram encerradas por iniciativa do banco.


AGÊNCIA ESTADO

quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

PROCURADO LÍDER DE GOLPES MILIONÁRIOS DO FINEP

CORREIO DO POVO 15/01/2014 14:05

Polícia procura líder que aplicava golpes milionários no RS. Criminosos atraiam empresários com ofertas de empréstimos do Finep




O líder de uma quadrilha que aplicava golpes milionários superiores a R$ 3 milhões, entre 2005 e 2007, no Rio Grande do Sul e Santa Catarina, está sendo procurado pela Polícia Civil. O delegado Marcelo Farias Pereira, da DP de Montenegro, acredita que o foragido esteja em alguma praia catarinense, sobretudo na Ilha de Florianópolis (SC). “Ele agiu no ano passado aqui em Montenegro e teve então a prisão preventiva decretada”, recordou.

O delegado lembrou ainda que o criminoso havia sido preso por ele mesmo quando estava no Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) em Porto Alegre. Além do foragido, a quadrilha tinha mais dois líderes. O trio foi detido em fevereiro de 2007 na avenida Búzios, na praia de Jurerê Internacional, na Ilha de Florianópolis, durante uma operação do Deic. Dois cúmplices foram detidos juntos, incluindo um brigadiano que fazia a segurança.

O bando havia alugado uma mansão para a temporada de veraneio. Na garagem, os agentes encontraram três veículos e duas motocicletas importados, incluindo uma Ferrari e um Porsche, avaliados em mais de R$ 2 milhões. Ostentando luxo, eles gastavam muito dinheiro e o estilo de vida servia para dar uma credibilidade em suas ações ilícitas.

Segundo o delegado Marcelo Farias Pereira, o golpe consistia em atrair empresários oferecendo-lhes empréstimos da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) do Ministério da Ciência e Tecnologia, sendo cobrados adiantados 10% a 20% do valor a ser financiado a título de comissão. A transação financeira não se realizava e o empresário perdia o valor repassado aos criminosos, que fingiam ser agentes da Finep. O titular da DP de Montenegro explicou que o líder foragido cumpriu pena e foi solto, mas manteve a prática criminosa, aplicando golpe parecido em 2013 na cidade.