domingo, 27 de outubro de 2013

À ESPERA DE UM MILAGRE

REVISTA ISTO É N° Edição: 2293 | 25.Out.13

Quadrilhas de pastores ladrões, dívidas milionárias com as tevês, administração amadora e investimentos equivocados na construção de grandiosos templos. O que está por trás da crise financeira da Mundial, uma das mais poderosas igrejas evangélicas do País

Rodrigo Cardoso

Confira compilação com cenas do apóstolo Valdemiro Santiago e outros líderes da igreja pedindo contribuições aos seguidores:



Chorar durante a pregação é um dos traços mais marcantes da performance de Valdemiro Santiago de Oliveira, o todo-poderoso da Igreja Mundial do Poder de Deus (IMPD), no púlpito. Criticado por abusar dessa prática, o autointitulado apóstolo tem motivos mais terrenos para derramar suas lágrimas atualmente. O império neopentecostal construído por esse mineiro de 49 anos, nascido em Cisneiros, distrito de Palma, a 400 quilômetros de Belo Horizonte, vive a maior crise da sua história. O mais recente indício de que a IMPD está fragilizada foi a decisão do Grupo Bandeirantes de encerrar, na semana passada, a parceria que mantinha com Valdemiro, que alugava quase a totalidade da grade da programação do Canal 21 e ocupava cerca de quatro horas diárias nas madrugadas da Band. Motivo do fim do acordo: atrasos no pagamento.


PASTOR
Valdemiro Santiago criou um império religioso, viu seu rebanho se
expandir por cerca de cinco mil templos e, agora, tenta colocar a
casa em ordem ao ver sua igreja sangrar em milhões de reais

Valdemiro até que tentou impedir o fato. De microfone em punho, o comedor de angu que cuidava de marrecos na roça antes de se converter evangélico usou toda a sua empatia com o povão. No início do mês, pôs o rosto no vídeo, caprichou na voz chorosa e iniciou uma campanha conclamando seus fiéis a ajudá-lo a arrecadar R$ 21 milhões para honrar compromissos com o aluguel de horários na mídia. A Mundial já devia R$ 8 milhões ao Grupo Bandeirantes referentes a setembro. No fim deste mês, outro boleto a vencer: R$ 13 milhões. A emissora paulista não confirma oficialmente, mas a Igreja Universal do Reino de Deus, de Edir Macedo, concorrente direta da Mundial, teria entrado na disputa por esses horários e conseguido vencer a briga sobre a maior concorrente na disputa por almas. “Pegaram a gente em um momento de fraqueza”, diz uma liderança da IMPD. “Gastamos R$ 300 milhões com templos ultimamente e vivemos um tempo de estruturação e amadurecimento.”


PODER
Diante da crise, Valdemiro nomeou Jorge Pinheiro (acima), marido da irmã
de sua esposa, para gerir o setor financeiro e administrativo da IMPD no
lugar do bispo Josivaldo (abaixo), transferido para Lisboa


"Cerca de 30% dos recursos que arrecadamos são desviados
por bispos e pastores. Por mês, R$ 30 milhões saem pelo ralo",
afirma um alto dirigente da IMPD do Rio de Janeiro

Quisera Valdemiro Santiago, porém, que seus problemas fossem revezes restritos apenas ao campo administrativo da sua igreja. Em São Paulo, o líder evangélico é alvo de uma investigação do Ministério Público estadual e da Polícia Civil. Desde janeiro de 2013, diligências feitas pelo Grupo Especial de Delitos Econômicos (Gedec) e pela Divisão de Investigações sobre Crimes contra a Fazenda, da Polícia Civil, apuram um suposto crime de lavagem de dinheiro e ocultação de bens, direitos ou valores. O dono da Mundial virou alvo das autoridades quando elas descobriram que a Fazenda Santo Antonio do Itiquira, localizada em Santo Antônio do Leverger (MT), um conglomerado de 10.174 hectares de terras ocupado por milhares de cabeças de gado, foi comprado por R$ 29 milhões à vista pela empresa W. S. Music, cujos representantes são o apóstolo e sua mulher, a bispa Franciléia. O caso, que pode configurar uso do dinheiro de fiéis para enriquecimento pessoal, corre em sigilo.



A Mundial, fundada em 1998 – antes dela, Valdemiro fora pastor na Igreja Universal por 18 anos (leia quadro) –, viveu um avanço muito grande em um curto espaço de tempo. De 500 templos em 2009, hoje a denominação computa mais de cinco mil unidades, segundo seus membros. Acontece que a vida de uma igreja não se resume ao púlpito ou aos cultos. Administrativa e financeiramente falando, a IMPD não evoluiu. “Cerca de 30% dos recursos que arrecadamos são desviados. Por mês, R$ 30 milhões saem pelo ralo”, afirma um alto dirigente da denominação, lotado no Rio de Janeiro. De acordo com ele, a devoção em torno dos cultos, espécie de pronto-socorro espiritual, onde fiéis garantem ter alcançado a cura divina para alguma enfermidade graças à intercessão de Valdemiro, trouxe notoriedade à igreja e atraiu quadrilhas de pastores que se infiltraram em seus templos para se apropriar das doações. “Há dois anos e meio, por exemplo, o Valdemiro descobriu uma dessas quadrilhas no ABC paulista liderada pelo bispo e por seus auxiliares e os expulsou.”


PREGAÇÃO
Com fama de milagreiro, Valdemiro fez fama ao se aproximar
dos mais humildes. Abaixo, sua esposa, a bispa Franciléia



Esse mesmo dirigente lembra do dia em que, ao manobrar seu carro na saída de um culto, uma fiel bateu no vidro para alertar que pessoas traíam a confiança do líder evangélico: “Pastor, está vendo esse carnê da Mundial? A conta corrente aqui escrita não é a da igreja. Estão distribuindo carnês falsos para o povo pagar! Avisa o apóstolo, por favor!” Ou seja, o dinheiro estava sendo desviado num esquema paralelo ao de Valdemiro. Professor da pós-graduação de Ciências da Religião da Universidade Presbiteriana Mackenzie, Ricardo Bitun se deparou com essa prática ao ir a campo para a confecção de sua tese de doutorado. Intitulado “Igreja Mundial do Poder de Deus: Continuidades e Descontinuidades no Neopentecostalismo Brasileiro”, o estudo defende que Valdemiro foi o único dissidente da Universal que conseguiu alcançar sucesso. E assim o fez graças, principalmente, à remasterização da cura divina, uma prática bastante difundida no Brasil nos anos 1970. “Um bispo me contou que havia pastores infiltrados em igrejas e até mesmo bispos cobrando propinas de pastores”, diz Bitun.


SUSPEITA
Uso do dinheiro de fiéis para enriquecimento pessoal, como a compra de uma
fazenda de R$ 29 milhões (à esq., o documento de compra em seu nome),
é investigado pelo Ministério Público e pela Polícia Civil de São Paulo

Valdemiro é um líder religioso onipresente no altar e nos programas televisivos e demorou a perceber que estava sendo traído por pessoas muito próximas a ele – e do alto escalão da igreja. Havia um grupo próximo a Josivaldo Batista de Souza, que era considerado o número 2 da Mundial, agindo como lobos em pele de cordeiro. “Ele se deu conta de que o problema advinha da concentração de poder em torno dessa turma”, diz um membro da hierarquia paulista da Mundial. “Era gente pedindo avião para fazer não sei o quê, para ter programa na televisão não sei onde, para abrir igreja em um grotão aí...” Segundo esse integrante da IMPD, Valdemiro cometeu erros próprios de líderes que sobem muito e rapidamente. “Ele se cercou de um estafe pequeno que blindava o acesso a ele. E, assim, passou a ouvir pouco outras opiniões. Precisa amadurecer.”


FLAGRA
Membros da Mundial chegaram a clonar carnês para desviar
o dinheiro que era arrecadado dos fiéis nos cultos

Diante das dívidas, dos calotes e das traições, o líder da IMPD está tentando conter a sangria da sua igreja do jeito que pode. Transferiu para Lisboa o pastor Josivaldo, um ex-membro da Universal que o acompanha desde o começo dos trabalhos da denominação em Pernambuco, segundo Estado onde ele fincou sua bandeira. Para substituir Josivaldo, que era responsável pela gestão administrativa e financeira e cuidava do dia a dia da Mundial, além dos bispos e pastores, Valdemiro achou por bem recorrer a um familiar. Empossou o bispo Jorge Pinheiro, marido da irmã da sua esposa Franciléia. Para tentar se reequilibrar financeiramente, conta um bispo paulista, ele decidiu se desfazer de duas Cidades Mundiais, como são chamados os megatemplos da IMPD, em São Paulo e no Paraná. Elas se encontram fechadas pelos órgãos públicos locais, após pouco tempo de funcionamento, por não preencherem requisitos para receber o público. Um claro erro de avaliação que onerou a igreja. “A Cidade Mundial paulista está fechada desde fevereiro de 2012. Mas Valdemiro, todo mês, tem de pagar R$ 5 milhões das parcelas da compra dela”, diz o bispo. Missionário da IMPD, o deputado estadual Rodrigo Moraes (PSC-SP), que foi designado pela igreja para fazer “a coisa caminhar” junto aos órgãos públicos, segue na sua empreitada. “Não recebi o comando de parar o trabalho ainda. Mas a vontade do apóstolo é que fala mais alto”, afirma. Templos pequenos e mal localizados, que não condiziam com a orientação de Valdemiro, também deixaram de ser usados. “Cerca de 15% deles tiveram de ser fechados ou reestruturados”, diz uma liderança da igreja. Pode ser uma saída para que a fama de caloteiro não suplante a de apóstolo milagreiro.


NA JUSTIÇA
Faz três meses que a Mundial não paga o aluguel do imóvel (acima),
localizado em Pirituba (SP): ação de despejo e cobrança de R$ 34 mil.
À esq., Cidade Mundial em São Paulo, que será fechada



Não são poucos os templos ocupados pela IMPD que têm problemas com aluguel atrasado ou ações de despejo em curso na Justiça. Em Pirituba, por exemplo, bairro da capital paulista, o proprietário impetrou na justiça uma ação de despejo contra a igreja por não receber o aluguel de seu imóvel desde julho. E cobra, ainda, o pagamento de R$ 34.538,64. De acordo com um de seus representantes legais, essa é terceira vez que a justiça é acionada desde 2010, quando o local passou a ser ocupado pela Mundial. “Não entendo a falta de organização da igreja. Não acredito que ela não tenha caixa para pagar o aluguel”, diz ele, que prefere não se identificar. “Esses problemas diminuíram 70% nos últimos tempos”, garante Dênis Munhoz, advogado da Mundial. À frente também do cargo de vice-presidente da Mundial, Munhoz refuta a ideia de a denominação viver uma crise, argumentando que a IMPD é a evangélica que mais cresce no Brasil. Sobre as quadrilhas de pastores, afirma: “Se existe esse problema, a igreja sempre tomou as providências rapidamente.” Prefere, no entanto, não comentar a perda dos espaços no Canal 21 e na Band. Quem falou sobre o assunto foi o presidente da IMPD, o deputado federal José Olímpio (PP-SP). “Estamos pagando muitas prestações, os valores de aluguéis aumentaram, temos muitas obras em andamento e acabou atrasando alguma coisa. Aí, deixa de pagar um mês e vira um problema para a mensalidade seguinte”, diz.



Para se ver livre de mais problemas, Valdemiro, que, procurado por ISTOÉ, não se manifestou, entregou os horários que possuía na Rede TV! e na CNT. Deixou também de alugar espaço em dezenas de retransmissoras de diferentes estados e recuou no projeto de ocupar a programação de tevês da Argentina, Colômbia e do México. “Muitas vezes, é melhor dar um passo atrás para, depois, dar um maior à frente”, diz o alto dirigente da Mundial do Rio. “Valdemiro me disse que estava, inclusive, vendendo a sua fazenda no Mato Grosso.” Essa informação não foi confirmada pelo presidente nem pelo vice-presidente da IMPD. Mas, na atual situação, receber R$ 33 milhões, valor estimado da Fazenda Santo Antonio do Itiquira, seria como um milagre para o líder evangélico.


domingo, 13 de outubro de 2013

SCAMMER NIGERIANOS

ALERTA DO AMIGO VIRTUAL LEONARDO METRE

O texto é :

"Almeida Andrade. Olá Sr. e Sra. Esta mensagem é para o povo , os pobres, ou aqueles fornecidos na necessidade de algum pronto para reconstruir suas vidas. Eles buscam empréstimos ou levantar o seu negócio ou para um projeto ou para comprar um apartamento , mas você está na lista negra ou pasta negado o banco. Eu sou uma pessoa , eu conceder empréstimos de € 1000 a € 50 milhões para todas as pessoas aptas a cumprir as condições . Eu não sou um banco e eu não preciso de um monte de documentos para confiar em você , mas você precisa de alguém para ser simples, honesto , confiável e Sage. I conceder empréstimos a pessoas ..."

MATÉRIA DO 
BLOG GOLPISTAS VIRTUAIS

domingo, 18 de março de 2012





Michael Dowell - michaeldowell11@yahoo.comPara o IP 41.71.169.19
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"Meu amor XXX oraram por mim minha viagem para a Malásia vai começar nos próximos poucas horas ... Te amo muito!!!!"
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Para ter alguém para sempre ... alguém que comigo, quando o sol vai nascer até o sol irá se pôr ... alguém merece ser amada e cuidada o tempo todo".
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 fotos real scammer nigerianos ''trabalhando''


mafia nigeriana ''trabalhando'' em uma lan hause
seu principe encantado pode ser um deles
fotos real scammer





as fotos comcirculo vermelho e scammer real outra foto e roubada usada para golpes como trabalham em turnos de 6 horas voce nunca fala apenas com um .


NEGÓCIO ILEGAL DE IMÓVEIS DO MINHA CASA, MINHA VIDA




ZERO HORA 13 de outubro de 2013 | N° 17582
MANUELA TEIXEIRA | CAXIAS DO SUL

VENDA PROIBIDA

PF investiga negócio ilegal de imóveis

Beneficiários do Minha Casa, Minha Vida na Serra tentam repassar apartamentos de forma irregular




A Polícia Federal abriu inquérito policial que investigará supostas irregularidades na ocupação de apartamentos do loteamento Campos da Serra, construídos com recursos públicos para beneficiar famílias de baixa renda. De acordo com o delegado Vinicius Possamai Della, a Caixa Econômica Federal e a prefeitura municipal, envolvidas diretamente na execução do programa habitacional Minha Casa, Minha Vida, serão ouvidas sobre o caso.

Apolícia vai apurar os motivos dos apartamentos não estarem ocupados e se há o descumprimento das regras do programa. O inquérito foi instaurado com base em reportagem do jornal Pioneiro, que apontou mais de 20 imóveis desocupados. Na sexta-feira, uma nova reportagem mostrou que a falta de fiscalização vem estimulando negócios ilegais, como a comercialização dos apartamentos pelos proprietários. Caso o inquérito apure a existência de fraude, os envolvidos podem ser indiciados por crime.

– Fraude na obtenção do financiamento, por exemplo, pode levar até três anos de prisão. Crime de falsidade documental pode resultar em prisão de até seis meses – explicou o delegado.

Della adiantou outros pontos a serem investigados:

– Crime por prevaricação, que é quando um funcionário público deixa de praticar ou pratica indevidamente ato de ofício para satisfazer interesse pessoal, pode gerar pena de até seis meses. Porém, o fato de haver apartamentos desabitados não necessariamente implica alguma fraude. Irregularidades não configuram crime. Vamos apurar quais os motivos dos apartamentos estarem vazios.

Caixa notificou beneficiários e pode recorrer à Justiça

O inquérito policial tem 30 dias para ser concluído, mas pode ser prorrogado se fraudes forem apontadas. Na terça-feira, a prefeitura municipal fará uma reunião, em que a secretaria de Habitação deve apresentar uma análise de ocupação dos imóveis do loteamento Campos da Serra. A Caixa foi convidada.

– Vamos ver o que está acontecendo. Onde o município indicou a demanda é porque as famílias são de baixa renda e necessitam de habitação. Se houver distorções, vamos analisar o que o município pode fazer para retomar o imóvel e disponibilizar para quem precisa – esclareceu o chefe de gabinete, Manoel Marrachinho.

A Caixa, responsável pelo financiamento do condomínio, informou que enviou notificação para os beneficiários que receberam as chaves dos imóveis e não estão morando no local. Se comprovada irregularidade, a instituição, por meio da Justiça Federal, também vai requerer a rescisão do contrato e desocupação do imóvel. A venda ilegal de apartamento será investigada pelo órgão.


APARTAMENTOS VAZIOS E VENDA ILEGAL - Reportagem flagrou tentativa de repasse de apartamento

- Na edição de sexta-feira, o jornal Pioneiro publicou o flagrante de uma tentativa de comercialização ilegal de um imóvel residencial do loteamento Campos da Serra.

- A proprietária, Terezinha Alves da Rosa, que recebeu o apartamento por preencher as condições de baixa renda, tentava negociar o apartamento por R$ 12 mil.

- A mulher nunca ocupou o local. Por lei, ela deveria devolver o apartamento para a Caixa, responsável pelo financiamento, para beneficiar outra família. Na semana passada, o Pioneiro mostrou que pelo menos 20 imóveis do loteamento, viabilizado com verbas do município e do governo federal, estão desocupados.

- Por regra, toda família que recebeu as chaves da casa própria tinha 30 dias para ocupá-la. A Caixa alega que são nove o número de apartamentos desocupados e que os proprietários foram notificados.

quinta-feira, 10 de outubro de 2013

CRIMINOSOS SIMULAM DIVIDA PARA ROUBAR COMERCIANTES


ZERO HORA 10 de outubro de 2013 | N° 17579

GOLPE NA SERRA


O proprietário da churrascaria Churrasco na Brasa, no bairro Sagrada Família, em Caxias do Sul, na serra gaúcha, viveu uma situação estranha às 19h de terça-feira. Conforme ocorrência registrada na Polícia Civil, o comerciante fechava o restaurante quando dois homens chegaram cobrando R$ 2,5 mil por danos em um Golf no qual ele supostamente teria colidido à tarde.

Enquanto argumentava, surpreso, que não havia se envolvido em acidente, o comerciante de 47 anos foi rendido e trancado no banheiro junto com o filho de 19 anos e um funcionário de 22 anos.

Avisados, policiais da BM flagraram Jorge Luís da Rosa, 27, com um revólver calibre 32 na cintura e três munições. Eles praticavam um novo tipo de crime contra donos de restaurantes: a simulação de uma dívida para extorquir comerciantes.

Rosa foi abordado quando estava fugindo em uma motocicleta roubada de um cliente. O segundo ladrão conseguiu escapar.

O caso chama a atenção pela a semelhança com a versão dada à Polícia Civil por Airton da Silva, 19 anos, ao admitir ter atirado no comerciante Otávio Bonatto, 64 anos, no dia 19 de setembro.

O jovem, preso logo após o assalto e morte, disse, em depoimento, ter ido até a Bonattec cobrar R$ 200 decorrentes de uma suposta colisão.

O suspeito afirmou que o comerciante havia batido com sua caminhonete prata na moto dele cerca de 20 dias antes, e teria prometido pagar pelos danos.

O tiro teria ocorrido para se defender de uma agressão do comerciante durante um desentendimento em razão da dívida.

Segundo o titular da Delegacia de Furtos, Roubos, Entorpecentes e Capturas, Mário Mombach, alegar uma suposta dívida é tática para desestabilizar as vítimas.

–É uma abordagem antiga para desestabilizar a vítima, mas era mais comum em roubo a pedestre. Em estabelecimentos comerciais, é novidade – informa o delegado.


A ESTRATÉGIA - Ao alegar um desentendimento por causa de uma dívida, o autor de um crime pretende reduzir a pena de latrocínio (roubo com morte) de 20 a 30 anos para homicídio (assassinato), de seis a 12 anos de cadeia.

segunda-feira, 7 de outubro de 2013

CONSIGNADO, A DOR DE CABEÇA DOS APOSENTADOS

















ZERO HORA 07 de outubro de 2013 | N° 17576

CAIO CIGANA

RISCO AO APOSENTADO

Crescem reclamações sobre o consignado

Número de queixas aumenta 10% de janeiro a setembro de 2013 em relação a igual período de 2012



Um dos empréstimos mais baratos e de fácil aprovação, o crédito consignado tem se tornado uma dor de cabeça para os aposentados, com números crescentes de reclamações nos órgãos de defesa do consumidor. De janeiro a setembro deste ano, o Procon de Porto Alegre registrou 725 queixas referentes à modalidade, alta de 10% em relação a igual período de 2012.

Amaior parte dos casos envolve operações que não teriam sido pedidas pelos beneficiários, surpreendidos pelo início de descontos em folha de pagamento. O problema, conta Roverbal Barros, coordenador de relações institucionais do Procon, é que quando solicitado ao banco que mostre o contrato, a instituição apresenta o documento assinado pelo aposentado. A origem do transtorno, segundo Barros, estaria na figura dos correspondentes bancários, conhecidos como pastinha.

– Eles pegam vários contratos assinados com o aposentado com a desculpa de buscar a melhor taxa. Passado um tempo, faz um novo empréstimo em nome do aposentado para ganhar a comissão do banco. Renovam por conta própria – diz Barros, ressaltando que não são todos os correspondentes bancários que iludem os clientes.

Outro complicador apontado pelo Procon é o aumento do número de contratos fechados com instituições financeiras sem operação física em Porto Alegre, o que dificulta a fiscalização dos órgãos de defesa do consumidor. Em outros casos, no entanto, o aposentado é responsável, afirma Barros. Alega não ter feito empréstimo, mas só com o objetivo de suspender o pagamento das parcelas e, enquanto isso, encaminha novo pedido, conta.

Essa prática começou a ser combatida em julho pelo Ministério da Previdência com a mudança de regras do consignado. Ao denunciar uma possível fraude, o aposentado não tem mais renovada de forma automática a margem de 30% da renda para contratar novo empréstimo.

O advogado Pedro Dornelles, representante da Federação dos Trabalhadores Aposentados e Pensionistas do Rio Grande do Sul (Fetapergs), lembra que, para não ser enganado, antes de assinar o documento o aposentado deve exigir cópia do contrato e verificar o valor do empréstimo e as parcelas.


Casal aponta operações irregulares

Os últimos meses têm sido de apreensão para Isauro Ramos Santos e Zilma Pinheiro Silva. O casal alega que, após um primeiro empréstimo consignado que transcorreu de forma tranquila até ser quitado, apareceram três operações em nome de Isauro que não teriam sido autorizadas. No primeira, teria sido depositado R$ 4,5 mil em sua conta e, dias depois, uma funcionária do banco teria ligado pretextando engano e pedindo a devolução do dinheiro, que Isauro sacou e entregou à mulher. Os descontos em folha, porém, começaram no mês seguinte.

Os transtornos estariam se refletindo na saúde. Além de uma doença renal crônica, Zilma tem fibromialgia, que se manifesta com fortes dores no corpo apenas atenuadas com morfina.

– A frequência das minhas crises aumentou – alega Zilma.

A advogada do casal, Anapaula Rasera, ingressou com processo contra as instituições financeiras envolvidas pedindo indenização por danos morais e devolução dos valores em dobro.